Apesar da chuva, foliões não perderam a festa na maior parte do Brasil

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Depois de passar o carnaval debaixo de chuva na maior parte do País, o brasileiro pergunta: até quando vai a chuva? Estados como Minas Gerais e Rio de Janeiro sofrem com enchentes e desabamentos, enquanto agricultores, de diversas culturas, comemoram uma colheita farta em função das chuvas generosas.
“Todos me perguntam o que está acontecendo este ano que está chovendo tanto. Não está acontecendo nada. Este ano está normal. Já 2019 é que foi um ano atípico, seco e cujo tempo repercutiu diretamente na lavoura”. A avaliação é o meteorologista Celso de Oliveira, da Somar Meteorologia, de São Paulo, que traçou um panorama sobre o que está previsto para os próximos meses.
Celso frisou que o comportamento do tempo neste ano está normal, o que reforça uma palavra que ele faz questão de destacar: alternância. “Um ano tem muita chuva e no outro, menos. É assim mesmo, há sempre uma alternância entre um ano e outro, sempre lembrando que as chuvas têm ligação direta com frentes frias, massa de ar quente e fenômenos como El Niño (aquecimento das águas do Pacífico) e La Niña (resfriamento anormal das águas do Pacífico). Este ano, por exemplo, poderemos ter La Niña no final de 2020”, explicou Celso.
Segundo o meteorologista, a previsão era de que uma frente fria traria chuvas fortes (de 70mm a 100mm) nos dias de folia em muitos estados brasileiros. “Conforme previsto, a chuva aconteceu no carnaval e de terça-feira em diante começou a diminuir de volume, mas não a parar”, informou, completando que é possível que uma frente fria mais intensa atinja o Sudeste do Brasil no início de março. “A previsão é que depois haja uma temperatura que varie de 27 a 30 graus, em função da formação de nuvens. É provável ter chuva com boa frequência até abril. No meio deste mês, tem um pequeno período mais seco e, no final, volta a chover. Em junho, no entanto, volta a chover pela entrada de outras frentes frias. Julho deverá ser frio e até com risco de geadas. Agosto, no entanto, terá temperaturas mais altas”, disse Celso, completando que algumas ondas de frio vão ocorrer no verão.
No segundo semestre, a previsão já não é tão positiva. “Quando o Oceano Pacífico está mais frio atrapalha a Amazônia a ter chuva e são as chuvas de lá é que vêm para a gente. No ano passado, tínhamos calor excessivo, mas este ano não teremos. ”, concluiu Celso.
Você sabe o que é uma frente fria? Conforme a Somar Meteorologia sempre destaca, é muito comum ouvirmos falar de frente fria, que é, segundo os especialistas da empresa, uma massa de ar frio, vinda do sul – geralmente vinda da Argentina, com uma massa de ar quente, sobre o interior do país. Na divisa entre as duas massas de ar (região que define a frente fria) formam-se as nuvens de chuva, dentre elas, as famosas Cumulonimbus que costumam provocar fortes temporais. Quanto maior for o choque entre as massas de ar, ou seja, quanto maior a diferença de temperaturas entre as massas de ar, mais forte tende ser a chuva.
Outro fato importante de ressaltar é o tipo da chuva da frente fria. Geralmente, a frente fria provoca chuva generalizada, de forte intensidade, com ventos, raios e possíveis quedas de granizo, que são características da Cumulonimbus. Logo atrás da frente fria sempre tem uma área de alta pressão que tem efeito duplo. Primeiro, ela joga umidade do oceano para o continente por um ou dois dias após a passagem da frente fria. Após isso, o tempo volta a ficar firme e aí sim, vem a massa de ar frio, que despenca as temperaturas. Um fato muito interessante sobre a frente fria é que antes da chegada da massa de ar frio, as temperaturas costumam subir. Isso porque os ventos que sopram do interior do Brasil acabam ganhando força. E é justamente isso que, muitas vezes, nos dá a sensação de que esfriou muito.

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