Aprendizado: o lado bom das crises

156

Os tempos difíceis geram dores, mas sempre há um lado positivo, um aprendizado. Paulo Cezar Mazzi garante que sempre é momento de aprender. “Eu estou aprendendo que, para viver e fazer as coisas que são importantes, não é preciso aquela correria maluca e que estava nos adoecendo. Estou aprendendo que menos reuniões, menos andar e carro para cá e para lá, menos coisas que criamos na intenção de evangelizar o nosso povo nos ajuda a nos ater ao essencial. A pandemia nos devolveu tempo para rezar, para refletir, para estar com a família, para sentir a mim mesmo, para a vida interior, para cuidar do espírito. Numa palavra, a pandemia veio nos curar de um estilo de vida doentio e suicida”.
Tomoe Yamamoto Silva conta que tem refletido sobre o que está aprendendo nesta pandemia e vê uma imensidão de possibilidades de aprendizado. “O primeiro, a oração. Nossa Mãe Santíssima tem sido uma revelação em minha vida. Outro aprendizado, o olhar para o trabalho e para as nossas relações interpessoais. Apesar de vivermos uma grande tristeza com perdas afetando nosso lado material e emocional, o isolamento social nos afastando do contato físico com pessoas queridas, a preocupação trazendo pensamentos repetitivos de medo ansiedade, depressão, por outro lado estamos aprendendo a nos comunicar virtualmente. Vemos que podemos ser criativos em meio a uma pandemia para buscar a alegria de viver, o entusiasmo e a luz na esperança de olhar para o agora e vermos que estamos bem e principalmente que podemos fazer o bem para alguém que está próximo ou longe de nós. Meu sentimento hoje é de muita gratidão por poder servir com meu trabalho e com minha alegria de alma. O sucesso é conquistar o que o dinheiro não compra, esta frase me fez refletir muito! Estou aprendendo a ser mais leve e ter gratidão”, discorreu Tomoe.
Gisele Monteiro disse que seu maior aprendizado está sendo confiar ainda mais em Deus. “Aprendi mais ainda que muitas vezes as coisas não são do nosso jeito. Que apesar das dificuldades a nossa família é nosso bem maior. Com esse vírus ainda circulando no mundo vejo que não devemos ser egoístas a ponto de achar que o mundo gira em torno do nosso umbigo. Percebi também o quanto eu sou rodeada de gente boa, feliz da vida e principalmente solidária. A pandemia mostrou que a vida é um sopro e estamos aqui só de passagem e pela misericórdia de Deus e também que mesmo diante de tanta dificuldade, a provisão vem do Senhor que fez os céus e a terra, e nunca nos desampara. Tivemos que ficar distantes para valorizar a reunião com os amigos e, por fim, aprendi que é maravilhoso acordar cheia de saúde, ter o que comer beber e coisas tão simples da vida”, citou Gisele, completando que mesmo em meio à crise, sorrir sempre será o melhor remédio.
Valéria Flório Ferreira acredita que mesmo diante de tantas incertezas e sofrimento podemos aprender coisas boas. “Reencontrei familiares e amigos virtualmente, descobri talentos como o de cultivar algumas espécies de plantas. Nunca tive muita paciência para isso! Como professora, consegui aprender a usar muitas ferramentas para dar as aulas on-line com tranquilidade, e mudei alguns hábitos que, no início, pareciam pra mim ser um fardo, mas que agora, não troco por nada. Sou muito grata a Deus por estar me dando esta oportunidade de aprendizado”.
Nereu Alves, por sua vez, acha que a pandemia veio confirmar algumas coisas. “Aos 13 anos, quando eu perdi a minha mãe, percebi que a vida é muito breve, que não somos nada, que o absoluto não existe, quem acha que sabe mais, não sabe nada, que a saúde e paz são as nossas maiores riquezas, e que sem Deus fica impossível. Percebi também que temos que viver e aproveitar o presente, como se fosse o último momento, que somos insignificantes perante a natureza. Vi que não estou preparado para morrer, ao contrário do que eu pensava. A morte me soa agonizante. Aprendi também que temos que ter uma mala pronta para a última viagem, que pode acontecer a qualquer momento, ela tem que ser o mais leve possível, e não podemos embarcar com mágoas. Temos que deixar saudades e alegria no coração das pessoas”, comentou Nereu.
Ele destacou que todos são iguais e multifacetados, mas que a estupidez, a vaidade e o egoísmo atrasam a evolução da humanidade. “Todos nós, mortais, somos uma célula que formam o planeta Terra. Felicidade e tristeza não se medem, cada um sente as suas, mas uma coisa é certa, e a pandemia está confirmando isto: quem tem um amigo, tem um tesouro, que deve ser preservado, porque nos momentos de crise ele será a nossa salvação”, garantiu Nereu.
Alice Fieno também conta que mesmo sem a companhia dos amiguinhos ainda consegue ver um lado positivo neste momento. “Nós, seres humanos, temos que agradecer por tudo que está acontecendo, principalmente porque deve estar na reta final. Imagine o que seria de nós se isso tudo estivesse começando? E além de poder falar que sobrevivemos a uma pandemia mundial, podemos agradecer por estarmos vivos e isto é o melhor”, contou Alice.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui.