As três doenças que mais afetam as mulheres

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As múltiplas funções da mulher e a falta de tempo para cuidar com atenção da saúde acabam por aumentar o número de casos de doenças como câncer de mama, depressão e câncer de colo de útero. Por isso, especialistas alertam sobre a importância dos cuidados mesmo com essa rotina agitada e explicam estas três doenças que mais afetam as mulheres atualmente.
O câncer de mama é o mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, correspondendo a 25% de novos casos de câncer todos os anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no ano passado, os casos de câncer de mama ultrapassaram a casa de 57 mil no Brasil. Quando diagnosticado em fase inicial, é passível de tratamento, com boas perspectivas de cura. “A maioria dos casos não têm sintomas em estágios iniciais. Por esse motivo, a mamografia tem grande importância. Dentre os sinais de alerta, um dos mais comuns é o nódulo no seio, que pode vir acompanhado ou não de dor. Porém, existem outros sintomas que devem chamar a atenção como secreção no mamilo, alterações na pele que recobre a mama e nódulo na axila. Vale lembrar que o autoexame não substitui a mamografia e o exame clínico cuidadoso feito por um profissional qualificado”, detalha a Dra. Márcia Araújo, de São Paulo.
Dados do INCA mostram que o câncer de colo de útero é considerado um dos mais importantes problemas de saúde pública do mundo. Só em 2016 foram estimados mais de 16 mil casos novos de câncer do colo do útero no Brasil, o que significa 15 novos casos a cada 100 mil brasileiras. As principais causas da doença são o início precoce da atividade sexual da paciente, a variedade de parceiros sexuais, a higiene íntima inadequada e o Papilomavírus Humano (HPV).
“O câncer do colo do útero tem um grande potencial de prevenção e cura se diagnosticado a tempo. Sangramento vaginal após a relação sexual, corrimento vaginal de cor escura e com mau cheiro, e em estágios mais avançados, hemorragias, dores lombares e abdominais, perda de apetite e de peso são sintomas”, diz.
A depressão é outra doença que afeta muito as mulheres. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam que até o ano de 2020 a depressão será a doença com maior impacto no mundo. No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que uma faixa de 20% da população teve, têm ou terá um episódio em algum momento de sua vida. Falta de interesse, concentração, perda da autoestima e mudanças bruscas de humor são alguns dos sintomas da depressão. A doença atinge significativamente mais as mulheres do que os homens. “Quadros depressivos devem ser diagnósticos e tratados com muita cautela e por profissionais capacitados. Mas podemos ajudar a melhorar esse quadro com, por exemplo, a prática regular de atividade física e a vinculação da pessoa a atividades coletivas, entre eles cursos e voluntariados. Essas ações ajudam a reduzir a ansiedade, melhora o humor e a interação com o meio social”, comenta a especialista.
A Dra. Natália Barbuio, ginecologista de Jaboticabal, lembra que no caso da depressão, além da rotina diária que nos impomos (trabalho, afazeres domésticos, cuidar de filhos e marido, etc.) vem o período de climatério quando a queda dos hormônios sexuais atrapalha a vida conjugal e a social, o que agrava e muito o os quadros de depressão. “A mulher se sente muitas vezes envergonhada ou incomodada com as ondas de calor, queda de cabelo, alteração da pele, ganho de peso, entre outras coisas. Apresenta queda acentuada na libido e alterações frequentes de humor, o que pode atrapalhar o convívio com marido e filhos”, salienta a Dra. Natália.
Quando o assunto é câncer de mama ela lembra que cada vez mais dispomos de equipamentos mais sofisticados, capazes de diagnosticar lesões cada vez menores e com maior chance de cura. “Criar uma rotina de visita ao especialista anualmente contribui para o sucesso do tratamento, uma vez que podemos diagnosticar lesões mais precoces. Sempre oriento minhas pacientes a criarem a rotina de realizar o autoexame todos os meses, principalmente para se conhecerem. Muitas delas dizem que não fazem porque não sabem o que procurar, e eu sempre digo que o importante é se conhecerem bem, porque se algum dia encontrarem alguma coisa diferente elas podem procurar um especialista para serem melhor avaliadas”, explica a ginecologista.
A Dra. Natália informa que o SUS disponibiliza a vacina contra os principais subtipos do vírus HPV, o principal causador do câncer de colo de útero. “A vacina está disponível nos centros de saúde para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. São necessárias duas doses com intervalo de seis meses entre elas. A vacinação não substitui o exame anual de papanicolau, que deverá ser realizado em mulheres entre 25 anos e 65 anos. Esse exame é simples e é capaz de detectar lesões precursoras do câncer de colo uterino, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura”, disse.
Segundo ela, manter hábitos de vida saudáveis, como boa alimentação e prática diária de atividade física, está entre as principais atitudes que as mulheres devem ter. “Não podemos deixar com que nossos afazeres atrapalhem a médica. Por isso, sempre oriento minhas pacientes a escolherem o mês de seu aniversário para a realização dos exames de rotina, assim não temos a desculpa de esquecer “, concluiu a Dra. Natália.

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