Carboxiterapia para queda de cabelo? Será que vale a pena?

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A queda diária de vários fios de cabelo é natural, tanto em homens quanto em mulheres, mas o que fazer quando a queda passa a ser bem severa? Existem inúmeras causas para a queda anormal de cabelos e uma delas é popularmente chamada de calvície hereditária ou alopécia androgenética, pois está ligada à predisposição genética.
Várias propagandas de clínicas de estéticas na TV, nas rádios e nas redes sociais divulgam produtos e tratamentos milagrosos contra a queda exacerbada de cabelo e a carboxiterapia capilar é um deste proclamados milagres contra a indesejável queda. Segundo quem oferece este tratamento, ele consiste na aplicação de injeções de gás carbônico para melhorar a circulação das células, estimulando os fios a crescer novamente. Ou seja, por meio de uma agulha fina o gás carbônico é aplicado na derme, que é a segunda camada da pele, e algumas injeções também são aplicadas no couro cabeludo.
A promessa é de que entre 10 e 20 sessões, com duração de até 40 minutos, o paciente obtenha um resultado perceptível. “Com o tratamento usando carboxiterapia capilar o resultado pode chegar em dois meses, além dos fios começarem a crescer mais fortes e grossos. Além disso, esse tratamento pode ser indicado para o controle de caspa e seborreia, controlando a oleosidade e coceira no couro cabeludo”, garante uma clínica de estética, em seu panfleto de propaganda.
A dermatologista Liara Nosralla, no entanto, alerta sobre o carboxiterapia feita no sentido de controlar a queda de cabelo. “Existem erros conceituais graves na tentativa de vender este tipo de tratamento. Quem quer comercializá-lo para este fim diz que o problema da calvície hereditária é circulatório, o que não procede e acaba sendo um argumento usado para tentar justificar o tratamento vendido”, afirma a Dra. Liara.
Ela ressalta que a carboxiterapia é um tratamento bem antigo, utilizado para tentar amenizar celulite e estrias. “A dor, no entanto, é um grande limitante. Para couro cabeludo não há respaldo científico”, diz ela.
De acordo com a Dra. Liara, que é especialista em tratamentos capilares, a alopecia androgenética, ou calvície, é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. Homens e mulheres são acometidos e geralmente procuraram ajuda profissional por volta dos 30 ou 40 anos, quando já apresentam entradas ou cabelos ralos, podendo o couro cabeludo ser bem visível. “Mas é importante saber que o problema se inicia já na adolescência, quando o estímulo hormonal aparece e faz com que, em cada ciclo do cabelo, os fios venham progressivamente mais finos”, explicou a dermatologista.
Segundo a Dra. Liara, a calvície ocorre por ação hormonal no couro cabeludo de indivíduos geneticamente suscetíveis. “Contamos hoje com vários tratamentos para a calvície e para cada pessoa devemos empregar o melhor. A primeira dica é tratar o quanto antes. Tempo é cabelo. Quanto antes iniciarmos o tratamento correto, melhor, porque quando muito evoluído perdemos folículos viáveis e os folículo são as fábricas dos fios. Sem eles, não produzimos cabelo”, disse a médica.
A seu ver, é fundamental a realização de exames tanto de sangue para averiguar comodidades ou alterações de ferro e de minerais, quanto exame do couro cabeludo com imagens ampliadas, o que é chamado pelos especialistas de “diagnóstico capilar”.
“Este processo é de grande auxílio para o correto diagnóstico e também para seguir a evolução do paciente e a resposta ao tratamento. Podemos empregar no tratamento medicamento orais, fitoterápicos orais, tópicos, aplicações de medicamentos, além de laser de baixa potência, led”, concluiu a dermatologista.

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