Como acabar com a sensação de fome infinita?

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Muita gente come, come, come e não fica saciada. Quem tem a chamada “boca nervosa” sabe bem como essa sensação pode ser incômoda e gerar grandes prejuízos à saúde. Contudo a solução para esse problema é simples, basta controlar o famoso “hormônio da fome”. A grande questão é como fazer isso.
Este hormônio, a grelina, é produzido principalmente pelo estômago. Sempre que ficamos sem comer, nosso estômago intensifica a secreção desse hormônio que, imediatamente, emite uma mensagem para o nosso cérebro avisando sobre essa ausência de comida. Quanto mais elevada for a produção, maior será a sensação de fome e esta só passa depois que nos alimentamos novamente. Uma curiosidade é que a quantidade de grelina em obesos não é necessariamente maior do que em pessoas com o peso ideal, por isso é tão comum ouvirmos muita gente reclamando dessa fome infinita.
No Brasil, isso ocorre muito devido ao nosso modelo de alimentação. Em geral, costumamos misturar carboidratos, gorduras e proteínas em todas as refeições. Contudo, esses grupos, por serem absorvidos pelo nosso estômago de formas diferentes, influenciam muito na liberação do hormônio da fome.
Para termos a sensação de saciedade por mais tempo, o ideal seria organizar o consumo desses alimentos para evitar a liberação da grelina. Um modelo eficiente, por exemplo, seria se ingeríssemos primeiro a carne, as verduras, os legumes e só depois o arroz e o feijão. Muitos conseguem. Outros, não.
A nutricionista Carina Regolatt Christófalo não acredita em fórmulas mágicas para controlar a fome ou regular a grelina, mas em sim em reeducação alimentar e dietas acompanhadas por profissionais da área, que podem ou não aconselhar o uso de algum recurso adicional, como o de fórmulas.
“Os fitoterápicos podem ajudar de forma significativa nas questões de ansiedade, compulsão alimentar, apetite e absorção de macronutrientes. Porém, o resultado só é significativo desde que associado a um planejamento alimentar adequado. Não adianta tomar nenhuma fórmula e alimentar-se de forma errada. É o conjunto que dá resultados melhores e mais duradouros”, reforça a nutricionista.
Carina Regolatt costuma dizer que existe a fome física e a fome emocional. “Por isso é importante aprender a reconhecer cada uma delas”, explica, dizendo que geralmente as pessoas compulsivas, comem pela fome emocional e por isso engordam.
“É preciso restabelecer a ligação entre o alimento e a fome física, aquela do estômago e não a da cabeça. Ou seja, parar de procurar comida quando não estiver com fome, e permitir-se comer quando tiver fome física, sem restrições alimentares, priorizando sempre a qualidade da refeição”, sugere a nutricionista.
Segundo ela, uma boa dica para driblar ataques noturnos à geladeira ou comilanças infinitas apelidadas de “boca nervosa” ou mesmo o ato de jogar-se em comidas calóricas, popularmente chamado, hoje em dia, de fazer “gordices”, é antes de comer, perguntar-se se está, de fato, com fome. “Por mais simples que pareça esta pergunta, para as pessoas compulsivas ela é muito complexa, pois, em geral, a última coisa em que pensam quando procuram comida é na fome”, afirma Carina. Ela acredita que algumas pessoas compulsivas, que têm essa fome infinita, devem optar por ajuda profissional e além do nutricionista um psicólogo pode ser requisitado.

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