Empatia na vida a dois

444

Ultimamente tem se falado tanto em empatia, não é mesmo? Colocar-se no lugar do outro, calçar os sapatos do outro para sentir onde o calo aperta. Mas, será que você pratica a empatia no seu dia a dia, especialmente no seu relacionamento amoroso?
Quando seu (sua) parceiro (a) chega mal-humorado depois do trabalho, você costuma criticá-lo (a) por isso ou se colocar no lugar dele (dela) e oferece apoio? E quando sua mulher está de TPM, você costuma entender ou acha que é frescura? “A empatia só acontece quando há uma conexão verdadeira com o outro e quando conseguimos deixar o individualismo de lado, assim como as críticas e julgamentos”, comenta a psicóloga Marina Simas de Lima, em entrevista ao O Combate.
“Para sermos empáticos precisamos pensar muito mais no que é bom para o casal do que para nós mesmos. A empatia nos obriga a entender que nossos interesses e necessidades nem sempre serão os mesmos do nosso (a) parceiro (a), portanto precisaremos ceder em alguns momentos e isso dentro de um casamento é uma constante”, diz Marina.
Segundo a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, a conexão é fundamental para praticar a empatia. “O ser humano é um ser gregário, social. Isso significa que precisamos uns dos outros para vivermos. Nós crescemos como indivíduos por meio da conexão e não do isolamento. Portanto, a empatia é fundamental na vida a dois, familiar e social, pois nos ajuda a criar e a fortalecer essa conexão”.
A empatia acontece em alguns aspectos, como o emocional, o cognitivo e o compassivo. “A empatia emocional é quando percebemos o sofrimento, a felicidade, a preocupação do (da) parceiro (a). Mas, não basta notar o que o outro sente. Precisamos de uma compreensão verdadeira do que o outro está passando, assim como precisamos adotar uma atitude de compaixão para que o outro se sinta melhor, se sinta amado e apoiado”, dizem as especialistas.
Denise dá algumas dicas para criar empatia nos relacionamentos: menos julgamento, mais apoio. “Todos nós em certos momentos iremos julgar pessoas e situações, pois isso faz parte de sermos humanos. Entretanto, quanto menos julgarmos, mais empáticos seremos. E quando não julgamos, fica mais fácil não criticar”, diz ela.
Outra dica: ofereça seu melhor estado, a presença. “Vivemos na era da hiperconectividade graças aos celulares e outras tecnologias. E isso é um convite à desconexão entre o casal. Como você vai perceber se o outro está bem ou mal com a cara enfiada na tela do celular ou trocando mensagens com aquele grupo divertido do whatsApp? Lembre-se que a tecnologia te afasta de quem está perto para te aproximar de quem está longe”.
Importe-se de verdade é a outra sugestão da psicóloga. “Evite supor ou imaginar do que o outro precisa, pois isso aumenta a desconexão e afasta a empatia. Ofereça apoio genuíno, pratique a escuta ativa, pratique a tolerância”, afirma Denise.
Não faça uma competição de sentimentos. Quando o outro está angustiado por algum motivo, evite dizer que tudo vai ficar bem, que não é nada, que você passou por algo pior. Todas essas colocações afastam a empatia. Evite querer resolver o problema logo de cara. Se você faz isso, pode levar o outro a encerrar o assunto e ficar ainda pior. A dica é dar espaço para o outro desabar, falar o que sente e sustentar a conversa até que se esvazie.
Pratique a tolerância. A tolerância “tem tudo a ver com a empatia. Na verdade, uma completa a outra. Você não precisa abrir mão de suas opiniões ou crenças, mas precisa entender que todos são livres para pensarem e agirem de maneiras que nem sempre serão iguais as suas”, aconselhou Denise.
“Por fim, como disse o poeta inglês John Donne ‘nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; cada homem é um pedaço do continente, uma parte do todo’. Assim, como parte de um todo precisamos trazer a empatia para o nosso dia a dia, certamente seremos parceiros melhores, pais melhores e pessoas melhores”, finalizam Denise e Marina.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui.