Mitos e verdades sobre a febre amarela

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Com novos casos de febre amarela em algumas cidades do país, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) esclarece as principais dúvidas sobre a doença que é mais frequente em matas (ciclo silvestre), mas apenas em macacos. O ser humano é um hospedeiro acidental do vírus – o mosquito pica um macaco infectado, e depois pica um humano não vacinado.
“O grande risco é que se o hospedeiro humano (a pessoa que está com febre amarela) for picada pelo Aedes aegypti dentro da zona urbana, esse mosquito pode transmitir a febre amarela para outras pessoas dentro do município – ciclo urbano, quando deixa de existir apenas em matas). Atualmente a febre amarela está sendo considerada como ciclo silvestre, e todas as pessoas que tiveram confirmação da doença foram por picada de mosquitos que contraíram a doença de macacos”, explica Lucas Gaspar Ribeiro, médico de família e comunidade, membro da SBMFC.
A SBMFC fez uma lista de mitos e verdades da febre amarela. Confira:
1. A febre é o principal sintoma. VERDADE. A febre amarela é considerada uma síndrome febril transmitida por mosquito. Assim, o principal sintoma dela é a febre que dura até sete dias. Associados à febre, o paciente apresenta alguns sintomas gerais e inespecíficos: calafrios, dores pelo corpo, dor de cabeça, dor nas costas, mal-estar, náuseas e vômitos.
2. A pessoa fica com a pele amarelada. VERDADE. O nome da febre é característico pois em torno de 15-25% dos pacientes ficam com a pele amarelada (icterícia).
3.Qualquer pessoa pode vacinar-se. MITO. Desde abril de 2017, o Ministério da Saúde passou a considerar apenas uma única dose por indivíduo, que já é suficiente para imunização. Importante ressaltar que não são todas as cidades do Brasil que necessitam de vacina, apenas as que têm macacos com febre amarela ao redor (risco elevado da doença). A vacina, como todo medicamento, apresenta riscos à saúde, por isso existem suas indicações e contraindicações. Quem não pode ser vacinado: crianças menores de seis meses e idosos acima dos 60 anos, gestantes e mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos.
4. É possível prevenir. VERDADE. Porém, a única forma de prevenção é a vacinação contra o vírus da febre amarela. Outro ponto muito importante é o controle do vetor, que na zona urbana é o Aedes aegypti (o mesmo mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya).
5.Existe tratamento específico. MITO. Assim como a dengue, zika e chikungunya, inicialmente é oferecido suporte para dor e orientação de ingestão de bastante líquido. Caso haja piora dos sintomas, é necessária a internação.
6.É contagiosa. MITO. A única forma de transmissão da febre amarela é pela picada do mosquito.
7.O diagnóstico está disponível em todo o Brasil. MITO. O diagnóstico é realizado por exame de sangue, mas que não é disponível em todos os lugares do Brasil. O diagnóstico laboratorial não é obrigatório para o tratamento.

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