Os efeitos silenciosos da hipertensão

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Toda as vezes que alguém não se sente bem e é levado a um médico ou pronto atendimento, a primeira ação é aferir a pressão arterial. Quando a pessoa está completamente assintomática, sem qualquer queixa, e encontra uma medida de pressão elevada, significa que, mesmo sem um risco agudo de uma complicação, não está tudo bem.
Por outro lado, se o valor da pressão encontrado for muito baixo e o paciente não está com tontura, moleza, fadiga e outros tipos de desconforto, não há perigo iminente. Caso esses valores se mantenham, é possível até mesmo uma redução dos medicamentos. Ou seja, no cenário no qual o paciente está sem qualquer sintoma, ter picos de pressão elevada é mais perigoso a longo prazo.
A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. Trata-se de uma doença silenciosa e assintomática na maioria dos casos. Sintomas como dor de cabeça, dor na nuca, náuseas, tonturas e falta de ar são frequentemente associados a essa condição, mas podem estar relacionados a outras doenças associadas.
No Brasil, cerca de 30% dos pacientes apresentam elevação da pressão arterial, segundo dados do Ministério da Saúde. O tratamento inadequado pode levar a complicações cardiovasculares e a redução na expectativa de vida.
Segundo o cardiologista João Augusto Gonçalves Maciel, a elevação da pressão arterial causa alterações nos principais órgãos – coração, cérebro, olhos e rins – e nas artérias que os irrigam. Assim, o hipertenso sem tratamento está sujeito a sofrer uma série de consequências, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, aneurisma, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, alterações visuais, impotência sexual e até demência.
Como medida de prevenção, em pessoas que não são hipertensas, é importante a aferição da pressão arterial, por um profissional de saúde, pelo menos uma vez ao ano. Quando o paciente é hipertenso, a frequência da medida depende do valor da pressão e do risco de cada caso. O valor ideal para a redução do risco cardiovascular é de 120 por 80, ou menos.
Quando superior, principalmente se isso ocorre com frequência, é importante procurar um médico. Mesmo quando o paciente não apresenta sintomas, o tratamento da hipertensão deve ser feito de forma contínua e com acompanhamento médico periódico, o que reduz consideravelmente o risco cardiovascular. Na consulta, o profissional pode avaliar se há necessidade de ajustes na medicação e pode fornecer orientações sobre alimentação e prática de exercícios, bem como acertar os medicamentos.

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