Ninguém quer ter sua aparência comprometida por causa de um olhar de cansaço, não é mesmo? Pois é, as olheiras estão entre as maiores reclamações dos consultórios dermatológicos e segundo a médica Tatiana Santos Dias Sicca, há diferentes causas para esse problema e todas são agravadas por noites mal dormidas. “As olheiras amarronzadas são provocadas pelo excesso de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Elas podem ser genéticas ou facilitadas pelo excesso de sol, pela coceira do local ou por fatores hormonais. Certos povos, como os árabes e indianos, têm tendência a elas”, explicou.
A Dra. Tatiana lembra que há também as olheiras azuladas ou arroxeadas. “Estas têm origem nos finos vasinhos que irrigam a região, que tem uma pele muito fina e, logo, mais transparente. Qualquer alteração vascular ou de pigmentação fica bem visível. Pessoas com alergias como rinite e sinusite ou ainda com a pele muito clara são as mais atingidas pelas olheiras vasculares. Mas elas também surgem depois de uma noite mal dormida. Durante o sono, ocorre uma drenagem linfática na região. Quando isso não acontece, surge um inchaço que deixa os vasinhos maiores e mais nítidos. É por isso que cansaço é sinônimo de olheira e realça todas as versões dessa chateação, inclusive a relacionada com o formato do rosto”, informou a médica.
Segundo ela, algumas pessoas podem ter uma anatomia que realça a profundidade do sulco lacrimal e diminui o volume de gordura local, e essa falta provoca uma sombra profunda. Outra situação em que isso ocorre é com a idade, que favorece a perda de gordura e a flacidez. Os tratamentos apontados por ela variam de cremes clareadores a preenchimento.
A maioria dos cremes à venda nas farmácias têm ação clareadora, o que só funciona mesmo para as olheiras oriundas do acúmulo de melanina. Se a olheira é do tipo vascular, compressas geladas são mais úteis. Isso porque diminuem a circulação local e, assim, o inchaço e os vasinhos tendem a diminuir. Mas é necessário tomar cuidado para não deixar a compressa muito gelada, uma vez que a pele do local é sensível e pode queimar fácil.
A médica explica que além dos cremes e cuidados domiciliares existem várias técnicas que podem ser feitas para melhorar e tratar as olheiras. A escolha do procedimento ideal para cada caso é feita pelo médico de acordo com a avaliação clínica e vai depender do tipo de olheira, do fototipo da pessoa, da resistência à dor e de características gerais como alergias ou hipersensibilidade.
A carboxiterapia tem baixo custo, mas não é indolor. São necessárias entre cinco e seis sessões. A luz pulsada provoca pouca dor, tem bons resultados, mas não pode ser usada para peles morena e negra. “Existem vários tipos de peelings para olheiras e os melhores são à base de ácidos como retinóico e tioglicólico. Estes recursos funcionam bem nas olheiras melânicas têm rápida recuperação, são mais indicados no inverno e causam uma dor leve. Preenchimento com ácido hialurônico é uma ótima opção para as olheiras profundas, onde há pronunciamento dos sulcos. Tem efeito imediato, substância segura, raras complicações, mas o custo é alto”, disse, citando ainda a mesoterapia com ácido tranexâmico, indicada especialmente para as olheiras pigmentadas ou escurecidas. “São realizadas injeções na região com a substância que degrada a hemoglobina responsável pelo aspecto escurecido do local. Provoca dor, podem ocorrer casos de hipersensibilidade, mas os resultados são rápidos”, encerrou.