Campanha da Fraternidade 2019 foi lançada nesta semana em todo o Brasil

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A Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e Políticas Públicas” deve ser vivenciada durante todo o ano, mas será mais intensa no período da Quaresma, que começou nesta Quarta-feira de Cinzas, dia 6, e segue até 21 de abril, dia em que se celebra a Páscoa de Jesus Cristo. A Igreja quer “estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade”, segundo a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Em Jaboticabal a Campanha da Fraternidade foi lançada como missa nas paróquias e na Catedral de Nossa Senhora do Carmo, cuja celebração foi presidida pelo bispo diocesano dom Eduardo Pinheiro da Silva. Ele destacou que “Jesus veio para a Galileia propiciando a boa nova Deus. ‘Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova’ (Mc 1, 14.15). O Reino da verdade, da graça, da justiça, do amor e da paz! O reino que liberta, pois nos oferece a graça da filiação divina, da fraternidade em Cristo Jesus. ​É com essa linda passagem do Evangelho e com essa séria afirmação que a Igreja no Brasil, em tempo de conversão quaresmal, nos apresenta a Campanha da Fraternidade de 2019. Quem não gostaria de viver em paz, amar e ser amado, viver com a justiça que traz dignidade? Quem não gostaria de viver sempre orientado pela verdade, sem nunca se sentir enganado, ou, tapeado? Quem não gostaria de participar deste Reino de Deus? ​Os valores deste Reino não devem acontecer somente dentro da Igreja”, adverte o bispo.
Segundo ele, o papa Francisco constantemente nos recorda que somos uma Igreja “em saída”, enviada ao mundo por Nosso Senhor, e é nesse mundo, com todos seus povos, que o Reino de Deus deve acontecer. “Jesus enviou sua Igreja à todas as gentes. O Reino, a justiça e o direito são públicos, são direitos de todos, e devem ser garantidos pelos governos através de políticas que favoreçam todos, sem exceção e sem privilégios para ninguém. Isso é política pública, isso é fraternidade! Garantir que os direitos básicos constitucionais sejam, de fato, direitos e não privilégios”, diz dom Eduardo.
Ele enfatiza que parece uma utopia a proposta da CF 2019 para nossa reflexão, tendo em vista as diversas feridas deixadas em nós pelas mazelas, falta de visão, ou, interesse de uma parcela dos políticos e pela omissão de muitos cidadãos, privando os brasileiros, especialmente os mais necessitados, dos serviços básicos de saúde, educação, moradia e segurança com o mínimo de qualidade e dignidade. “Parece utopia sim, mas não é! Primeiramente porque a proposta desse Reino não é nova, não surgiu na atual Campanha da Fraternidade. Ela remonta a quase dois milênios, dos lábios de Nosso Senhor, como vimos no trecho do Evangelho acima e agora é reafirmada pela Sua Igreja nesse tempo quaresmal de conversão e oração. Depois, porque é dever de todo cristão, de todo cidadão de bem, lutar, fiscalizar e exigir dos governantes que políticas públicas sérias e eficazes sejam elaboradas e cumpridas, a começar por cada munícipio e chegando até o federativo. É dever de todo cristão, de todo homem e mulher de bem se envolver na política”, comenta o bispo.
“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, cristãos, não podemos nos fazer de Pilatos e lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, porque ela procura o bem comum”, disse o papa Francisco, no Vaticano.
Dom Eduardo destaca que política não é partidarismo. “Não devemos deixar que o desânimo e até mesmo o nojo causados pelas atitudes, corrupção e disputas de alguns nos impeçam de viver a nossa vocação de cristãos. Nem é preciso que agora todos saiam candidatando-se aos cargos públicos, só é preciso vencer o comodismo, o medo, o desgaste que a vida pública de nosso amado país nos causou e lutar para o que o Reino de Deus aconteça entre nós. Para isso, a própria CNBB, por meio da CF 2019, nos aponta alguns caminhos simples e objetivos para nossa reflexão e conversão quaresmal”, diz ele, citando os passos que devem ser adotados. Entre estes passos, está a criação nas paróquias de grupos de estudo, debate e conscientização sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2019.

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