“Diante das diversas inquietações que surgiram recentemente, em virtude da condição de pandemia que o Brasil e o mundo estão vivendo devido à contaminação do novo coronavírus, um assunto que já chamava a atenção das autoridades governamentais, profissionais da saúde e de toda comunidade, porém não tratado com a importância adequada, entra em destaque: a violência doméstica”, quem afirma é o psicólogo Kalil Tawasha.
Segundo ele, a violência doméstica é uma realidade de abusos, agressões e ameaças cada vez mais crescentes nas relações conjugais e familiares e que acometem as vidas de muitas mulheres e de crianças. “A condição de isolamento social que estamos vivenciando, esse fenômeno das violências têm provocado inúmeras inquietações por parte dos profissionais que assistem estas pessoas. Muitas famílias brasileiras estão adotando as medidas recomendadas pela OMS, de isolamento e distanciamento social, fato que contribuiu para que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o ligue 180, contato que recebe denúncias de violência contra a mulher, registrasse um aumento em aproximadamente 9% nos números de ligações. Tal fato tem ocorrido devido aos aumentos de conflitos e tensões intrafamiliares, empobrecimento na qualidade do diálogo entre o casal e ou manutenção dos agravos já existentes na relação entre as mulheres e seu parceiro agressor”, disse.
O psicólogo destaca que o Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, já registrou aumento de mais de 50% de casos envolvendo a violência doméstica durante esse período. “Por ser considerada uma condição complexa e preocupante, o Ministério Público de São Paulo, alarmado com os dados expostos, adotou medidas para diminuir o impacto dessa ocorrência, com apoio das autoridades municipais em parceria com os agentes de saúde a ficarem atentos quanto aos sinais de violências domésticas contra as mulheres e crianças nos atendimentos que possam ser realizados. Desse modo, orientamos a todos que vivenciam violações dos seus direitos, que entrem em contato com as autoridades do seu município ou que utilizem o disque 100 ou 180 para realizarem as denúncias e serem instruídas quanto aos serviços de proteção que se façam necessárias. É valido lembrar que as delegacias de atendimento à mulher se encontram em funcionamento permanente”, informou e lembrou que por mais difícil que seja um enfrentamento, precisamos valorizar a vida não só no momento de pandemia. “Digam não a violência!”, encerrou.