Na busca desenfreada pelo emagrecimento surgem as mais loucas dietas restritivas, deixando de cabelo em pé os eternos defensores da reeducação alimentar. Duas dietas restritivas, no entanto, têm o aval de muitos nutricionistas e de alguns médicos: a lowcarb (baixo carboidrato) e o jejum intermitente. A lowcarb é uma estratégia que tem se tornado estilo de vida de muitos pessoas. “Ela consiste em baixar consideravelmente a ingestão de carboidratos, fazendo assim com que os picos de insulina se mantenham estáveis no organismo, corrigindo a resistência insulínica, que é o motivo de muitas pessoas estarem adquirindo diabetes e sofrendo com sobrepeso”, explicou a Dra. Bruna Marisa Soares, endocrinologista de Belo Horizonte.
Segundo ela, o jejum intermitente, embora seja praticado há milênios, até hoje é cercado de mitos e dúvidas. Seu objetivo é fazer com que o corpo utilize os estoques de gordura, que são armazenadas no organismo ao longo dos tempos. “Quando nos alimentamos, o organismo começa a dar um destino para a energia absorvida em forma de glicose. Para tanto, ele ativa a insulina, responsável por colocar esse açúcar para dentro das células. A energia que não será utilizada pelas células é armazenada pela insulina em forma de gordura”, lembrou a Dra. Bruna.
Ela fala que um dos métodos preferidos entre os praticantes de jejum intermitente é o Lean Gains, no qual o período de jejum é de 16 horas e a janela de alimentação é reduzida para oito horas. “Ele é feito da seguinte forma: pula-se o café da manhã depois de ter feito a última refeição na noite anterior por volta de 22h. O almoço deverá ser às 12 horas. Pode ser também pulando o jantar, com a primeira refeição às 7h e a última, às 15h”, disse.
A Dra. Bruna lembra, no entanto, que se ficamos um longo período sem comer, não devemos imediatamente provocar um aumento brusco de insulina logo na primeira refeição pós-jejum. “Um dos maiores erros que as pessoas que fazem o jejum intermitente cometem é achar que podem comer de forma normal qualquer alimento nos períodos em que não se está em jejum. Deve-se manter estáveis os níveis de insulina, então a pessoa deve ingerir proteínas, gorduras boas e vegetais, evitando carboidrato e açúcar. Para quem quer perder peso, o correto é manter qualquer estilo lowcarb durante todo o período da janela de alimentação”, informou.
A endocrinologista diz que são muitos os benefícios do jejum intermitente, entre eles a reparação das células do intestino; melhora da saúde cardíaca; mais disposição, longevidade, saúde e clareza mental. “Melhora também a resistência insulínica e, consequentemente, o controle da glicemia, tratando assim o paciente diabético e aquele que está caminhando para tornar-se um diabético”, completou.
Para a médica, a estratégia lowcarb atrelada ao jejum intermitente é absolutamente indicada para pacientes diabéticos e para a perda de peso. “A dieta ideal é aquela que o paciente consegue ter boa adesão. Na consulta e fazendo o recordatório alimentar, teremos condições de indicar a dieta que mais se adapta a cada perfil de paciente.”, diz a Dra. Bruna, lembrando que a lowcarb é contraindicada para crianças e gestantes e idosos só podem fazer com acompanhamento médico e nutricional minucioso. “Os diabéticos também se beneficiam muito dessa dieta, mas antes de iniciá-la, o paciente deve consultar seu endocrinologista, para ajustes de medicações orais e insulina”, encerrou ela.