O último decreto do prefeito de Jaboticabal, José Carlos Hori, autorizou o comércio a voltar a funcionar em horário normal, das 9h às 18h, a partir da segunda-feira desta semana, dia 31 de agosto. Bares e restaurantes também puderam ser reabertos, com o compromisso de manterem as mesas a uma distância de três metros uma da outra. A decisão visava claramente dar um fôlego para lojistas e empresários da alimentação e entretenimento, que estavam sendo sacrificados com o distanciamento social.
As normas de segurança continuam a ser uma exigência da Prefeitura de Jaboticabal (uso de máscara, álcool em gel e ocupação de acordo com o tamanho do imóvel), mas embora os comerciantes estejam respeitando as orientações e muitos consumidores já tenham se adaptado à nova rotina, o movimento em festas no fim de semana assustou muitas pessoas que permanecem preocupados com os altos índices de contaminação da Covid-19.
Na sexta-feira da semana passada (28/08), a Prefeitura de Jaboticabal já havia divulgado que cerca de 50% de todos os casos positivos de coronavírus na cidade ocorreram apenas em agosto. O primeiro mês do segundo semestre contou com 270 novos infectados, diante de um total de 537 desde o início das notificações, em março. Somados, julho e agosto correspondem a 80% das infecções por Covid-19, justamente os dois meses nos quais houve relaxamento nas normas de segurança.
O prefeito Hori disse que o comportamento das pessoas mudou de uma hora para outra. “Quando o Estado tira do vermelho e abre a porta para todo mundo, cria a impressão psicológica que todos podem voltar para a rua à vontade. Parece que há uma saturação e um certo descaso em relação à pandemia”, desabafou, lamentando que os cuidados tenham sido deixados de lado por boa parte da população.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), César Tomé, fala que o problema já começou com os governos federal e estadual falando línguas diferentes. “Com este ajuste de horários, continuamos na mesma. O comércio está mantendo as medidas de segurança que já estava adotando. Parte da população, felizmente uma minoria, não está respeitando o distanciamento social, principalmente jovens. Trata-se de um momento muito difícil para nós, mas precisamos ter consciência, uma vez que não falta informação”, disse Tomé.