Campanhas para não dar esmola, tentativa de internação, assistência psicológica, assistência de saúde e abordagens diárias marcam as ações das Secretarias Municipais de Saúde e de Assistência Social em Jaboticabal, onde a população em situação de rua vive em locais insalubres e provocam o desconforto da população. As ações no sentido de tirar estas pessoas das ruas foram intensificadas na última semana, conforme informou a secretária de Assistência Social, Tatiana Pellegrini.
Ela explicou que a maioria das pessoas têm famílias, porém com vínculos rompidos. “Como em várias cidades do Brasil e do mundo, Jaboticabal luta contra as drogas e os seus malefícios, responsáveis hoje por diversos problemas sociais. Fizemos uma ação maior, com o apoio da Polícia Militar e de diversas secretarias municipais no sentido de melhorar este panorama. Passamos pelas pontes da avenida Carlos Berchieri, na altura do Cidade Jardim, para acolher, oferecer tratamento médico e internação aos moradores do local. A maioria é dependente químico, principalmente de álcool e crack”, explicou Tatiana.
A secretária explicou que o trabalho envolve, numa primeira instância, a criação de um vínculo com a equipe. “São meses demonstrando nossa preocupação e cuidado com eles. É um trabalho de sensibilização, para tentarmos convencê-los de aceitar as alternativas ofertadas pela rede pública de assistência social e saúde. A primeira alternativa é tirá-lo das ruas, deste cenário de uso. Neste sentido, ofertamos a Casa Transitória para os homens e a Casa Maria para mulheres. A partir daí, articulamos com as outras políticas, internações, assistência integral à saúde, acompanhamento multiprofissional no CRAS. Existem grupos de apoio, sociais e religiosos que dão suporte, disponibilização de trabalhos temporários, enfim, buscamos na rede de assistência alternativas para que aquele usuário busque ressignificar sua vida e retomar sua caminhada”, elencou Tatiana.
De acordo com os dados da Secretaria de Assistência Social, hoje se estima cerca de 120 pessoas em situação de rua, entre homens e mulheres. Não há crianças, apenas um adolescente de 17 anos. Agora com a aprovação do Plano Recomeço Jovem faremos um trabalho, um censo para tentarmos, o mais fiel possível, quantificar o número de dependentes químicos. Acredito que será revelador, sobretudo porque conseguiremos enxergar que os usuários estão em toda parte de Jaboticabal, periferias, região nobre e central também”, informou a secretária.
Ela não possui dados sobre o número de crimes ligados a estes moradores em situação de rua. “Não posso precisar quantos, mas pelas histórias coletadas um grande número já apresentou passagem pela polícia, a maioria envolvidos em pequenos furtos, até mesmo para o consumo de drogas”, ressalta.
Segundo Tatiana, o projeto Voz da Rua foi implantado ano passado e aperfeiçoou ações que estavam sendo implementadas ao longo dos últimos anos. “Fizemos parcerias com igrejas, com a saúde, mas é um trabalho contínuo. Essa etapa que estamos realizando agora ela veio mais fortalecida porque registramos um aumento de usuários na região da Cidade Jardim (Ruas 1 e 2) e também na Marginal, nas pontes e semáforos. Nesta ação pontual, estamos trabalhando com cinco pessoas que aceitaram ajuda. Um deles retornou para São Paulo. Outro, que vivia debaixo da ponte, foi para a casa do pai, em Planura (SP). E continuamos tentando que mais pessoas aceitem o desafio de tentar reconstruir suas vidas”, encerrou Tatiana, lembrando que as ações têm que ser permanentes.
