Dia nacional de Combate ao Fumo

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Outra data comemorada nesta semana, que serve de alerta para nossa saúde, é o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto). As campanhas são voltadas para informar os fumantes sobre os riscos que o cigarro traz, especialmente aqueles relacionados ao câncer de pulmão, de boca, além dos problemas respiratórios e cardíacos. Porém, há outro problema menos abordado, mas tão importante quanto os outros riscos: fumar pode levar à infertilidade.
Uma pesquisa divulgada pela Korean Society for Sexual Medicine and Andrology mostrou que a concentração de espermatozoides em fumantes foi aproximadamente 24% menor na comparação com homens saudáveis não-fumantes. “Isso ocorre porque o fumo afeta negativamente os parâmetros de qualidade do sêmen, incluindo morfologia e mobilidade”, explica Marcelo Rufato, embriologista do Centro de Fertilidade de Ribeirão Preto (Ceferp).
Outro estudo, conduzido em clínicas holandesas de fertilização in vitro (FIV), examinou o efeito do tabagismo sobre a taxa de sucesso da fertilização em mais de oito mil mulheres. Os resultados destacam que o tabagismo diminuiu a taxa de nascidos vivos em 7,3%. Além disso, a taxa de aborto espontâneo por gravidez foi maior para os fumantes em 21,4% em comparação com 16,4% para os não fumantes. Os autores relataram que, se uma mulher tivesse fumado durante a sua vida, ela era duas vezes mais propensa a falhar em engravidar do que as mulheres não fumantes. Este risco acabou por aumentar em 9% a cada ano adicional de tabagismo.
“Há um risco maior de abortamento também com o tabagismo paterno, que é mais provável devido a danos no DNA do espermatozoide. Além disso, o tabagismo entre as mulheres tem um efeito adverso sobre a reserva ovariana e estudos mostram que os oócitos expostos ao tabagismo no passado tiveram como resultado a diminuição das taxas de fertilização”, afirma Dra. Camilla Vidal, especialista em Reprodução Humana do Ceferp.
Outras comorbidades são apontadas pelo Ministério da Saúde como causadas pelo cigarro, o que impele as pessoas a fugirem dele. Não se convence? Então confira os dados. O MS mostra um índice assustador: 9 em cada 10 mortes por câncer de pulmão; 3 em cada 10 mortes por qualquer tipo de câncer; 3 em cada 10 mortes por doenças cardiovasculares; 8 em cada 10 casos de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), como o enfisema pulmonar ou a bronquite crônica.

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