No mundo moderno as doenças virais se propagam com velocidade, como a Covid-19, pelo alto grau de contágio do vírus, bem como a facilidade de locomoção das pessoas pelo planeta. No entanto, a falta de informação ou excesso de notícias sensacionalistas causam pânico na população, que sai desesperada à procura de álcool gel, máscaras descartáveis e estocar alimentos. Essa é a primeira reação psicológica que a pandemia causa: o medo.
“Sentir medo é saudável, ele é um mecanismo de defesa, uma reação natural que visa minimizar riscos e preservar a vida. O pânico não é uma reação saudável e pode transformar em um agente paralisador ou desencadear decisões impensadas. Por esse motivo, o equilíbrio emocional é tão importante para gerir qualquer crise”, afirma a psicóloga Ana Beatriz Cintra.
Uma pandemia também pode provocar outros transtornos como ansiedade e transtornos pós-traumático. Tardiamente, em menor grau, pode ocorrer a depressão por estresse. “Oriente-se e informe-se corretamente sobre o coronavírus. Ele é contagioso sim, no entanto, afeta com mais gravidade pessoas com doenças crônicas e idosas. Mantenha bons hábitos de higiene. E, o mais importante: permaneça equilibrado para tomar as melhores decisões”, diz Ana Beatriz.
A psicóloga Aline Politi lembra que é comum, em momentos de crise, a histeria coletiva, o que pode ser a vulnerabilidade para transtornos de ansiedade. “A questão é respeitar as políticas públicas de prevenção, seguir as orientações da OMS, proteger a si e aos outros e evitar histeria coletiva”, aconselhou Aline.
Marina Mattos Pfaifer ressalta a importância de cuidar da imunidade e lembra que o aspecto emocional colabora para deixar as pessoas vulneráveis nesse sentido. “Uma vez que ficamos sob controle do medo e mesmo da histeria coletiva, ficamos cada vez mais expostos e desprotegidos pois o nosso corpo direciona toda essa energia para o descontrole emocional que estamos vivenciando nesse momento. No caso do coronavírus, os hábitos de higiene e as informações corretas são essenciais para que a gente não entre em pânico e cuide das nossas defesas de maneira saudável”, destacou.
O psicólogo André Luiz de Paula lembra o aspecto passageiro da crise. “A humanidade já enfrentou e superou crises tão ou mais graves quanto essa, em épocas onde nosso conhecimento e resiliência eram bem menores do que atualmente”, frisou André.
Kalil Tawasha, psicólogo, lembra que os benefícios da quarentena para a sociedade são favoráveis e isto não pode ser esquecido. A psicóloga Natália Zocollaro, por sua vez, destaca o que fazer mediante esse isolamento. “Coisas saudáveis, livros, séries, meditação, técnicas de relaxamento. Acho muito importante para ocuparmos nossa mente de forma mais saudável nesse momento”, comenta.
A psicóloga Taísa Del Vecchio enfatiza o cuidado em não negligenciar a informação para crianças, mas prestando atenção na forma de falar. “As crianças fantasiam e se assustam com o que visualizam da informação recebida e por elas elaboradas”, adverte Taísa.
Simone Bedim lembra que a criança e o adolescente estão preocupados com saúde, como nunca estiveram. “Nunca antes eu tinha ouvido tanta criança falar de uma doença e questionar como faz para proteger-se. Uma pandemia como esta pode causar um prejuízo muito grande no emocional da criança, que não tem a devida proporção do que significa isto, e o imaginário pode criar medos irreais. Nós, adultos, disseminamos isto e precisamos observar, portanto, o tamanho da nossa responsabilidade”, conclui.