Dona Therezinha vira notícia nacional

Com seu bom humor característico, que é sua marca diária mesmo diante das pedras que já estiveram em seu caminho, Therezinha Nazário Martucci, a querida e famosa dona Therezinha, exibe seus cabelos brancos, seu sorriso gostoso e mais uma medalha: a da sua recente participação na corrida São Silvestre, em São Paulo. A medalha é o triunfo da persistência, da disciplina e da fé. Do alto de seus 81 anos, a atleta esbanja vitalidade, disposição e, acima de tudo, ânimo. E o segredo disso tudo é, segundo ela, muito simples: “se parar a gente enferruja!”
Dona Therezinha leva o nome de Jaboticabal para todo canto do Brasil e agora já não é apenas uma celebridade regional, uma vez que está a cada dia mais conhecida na imprensa nacional. Desta vez, em sua participação na São Silvestre, foram entrevistas para veículos de todos os estados e principalmente para programas nacionais. Todos querem saber como uma senhora que tem uma rotina diária tão apertada consegue ainda participar de um número tão expressivo de corridas de rua. A resposta é sempre a mesma: tem que continuar, não pode desistir nunca. “Vai mais devagar, mas vai. Não pode parar se não as articulações ficam duras e a doença encontra espaço para se instalar. Tem que ter disposição, alegria e fé sempre”, diz adoce senhora, que além de atleta é uma cozinheira de mão cheia.
Sem ter tido a oportunidade de estudar, dona Therezinha aprendeu a ler e escrever sozinha, e começou a trabalhar ainda na infância, aos sete anos. Trabalhou na roça, foi apicultora, confeiteira, chapeira, faxineira e cozinheira, serviço que concilia até hoje com os treinos. Com tantas obrigações impostas pela vida, demorou a descobrir a paixão pela corrida, que aconteceu aos 53 anos, quando os filhos já estavam formados e casados. Após a dramática perda dos dois filhos, ela intensificou os treinos, era uma maneira de aliviar a cabeça. “Gostei e não parei mais”, disse a carinhosa avó, que conta com o apoio do marido, seu Martucci, e dos netos nesta empreitada.