Manifestação pacífica na Praça Nove de Julho em prol da educação

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Enquanto em algumas cidades brasileiras a manifestação em prol da educação, solicitando que o governo federal fizesse uma revisão nos cortes que está propondo para a área, teve um certo cunho político, em Jaboticabal ela se limitou a uma manifestação focada nas questões do ensino, pesquisa e extensão.
Alunos, professores e servidores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV)/Unesp Jaboticabal e alunos e professores de escolas públicas da cidade fizeram uma caminhada do campus da Unesp à Praça Nove de Julho, no Centro da cidade, exibindo cartazes que reivindicavam a revisão dos cortes anunciados pelo governo federal e, que segundo eles, trariam enormes prejuízos ao ensino público e gratuito no Brasil.
A manifestação em Jaboticabal não teve nenhum cartaz político e mostrou respeito de ambos os lados: de quem passava e de quem participava da manifestação. “Eu sei que tem estudantes que denigrem a imagem da faculdade e fazem bagunça em suas repúblicas, mas há muita gente série, que sai de longe para vir estudar aqui, e leva o curso a sério. Muita gente que não tem condições e que só estuda porque é um ensino de qualidade e gratuito. A regra, estudantes que levam a sério e professores que se empenham em seu trabalho, não pode ser vista como exceção (estudantes que são desordeiros e professores que não se dedicam). Meu filho fez faculdade pública em Belo Horizonte, Minas Gerais, e hoje é um ótimo profissional”, disse Dirce de Oliveira Stocolo, enquanto assistia à manifestação.
Os professores que tiveram a fala durante a manifestação se queixaram não só sobre possíveis cortes, mas também sobre estarem sendo constantemente alvos de fake news. “Estamos sofrendo ataques que não correspondem à realidade”, disse o professor Estevam Hoppe, do departamento de Medicina Preventiva da FCAV.
O professor Marcelo Ferreira, do departamento de Fitossanidade, contou sua história. “Vim de família humilde e só consegui estudar e ter hoje uma profissão digna graças ao ensino público, gratuito e de qualidade”. Michaela Honorato, aluna do curso de Medicina Veterinária, reforçou as palavras do professor em defesa do ensino gratuito e de qualidade. Branca Rochidali José, servidora e aluna de pós-graduação, também.
A docente Lúcia Carareto lembrou que é filha de agricultores e que tem o dever moral e pessoal de lutar pela escola pública de qualidade. Márcio Leite de Oliveira, pós-graduando, lembrou a importância do ensino e posicionou o Brasil na pesquisa mundial. A manifestação transcorreu durante toda a manhã sem nenhum incidente.

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