Pesquisadores da USP Ribeirão apontam a colchicina como coadjuvante na recuperação de pacientes com Covid-19

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“Beneficial effects of colchicine for moderate to severe Covid-19: an interim analysis of a randomized, double-blinded, placebo controlled clinical trial”. O título deste trabalho, que, em português, quer dizer “Efeitos benéficos da colchicina para casos moderados a severos de Covid-19: uma análise provisória de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo”, é mais do que um estudo científico, é uma esperança.
O estudo clínico conduzido por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da Universidade de São Paulo (USP) demonstrou uma melhora no quadro de pacientes hospitalizados pela Covid-19 através da administração de um anti-inflamatório conhecido como colchicina, usado no tratamento da gota. Segundo o Dr. Rene Ribeiro de Oliveira, imunologista, a equipe envolvida no trabalho chegou à conclusão que o medicamento pode ajudar a combater a inflamação pulmonar e acelerar a recuperação de pacientes com formas graves do SARS-CoV-2.
“Voluntários tratados com o fármaco ficaram livres da suplementação de oxigênio, em média, três dias antes do que os pacientes que receberam apenas o protocolo terapêutico padrão do hospital. Além disso, puderam voltar para casa mais cedo”, informou. Ou seja, a conclusão do estudo foi que a adição da colchicina ao tratamento padrão da Covid-19 levou à redução do tempo de uso de oxigênio suplementar, bem como redução do tempo de internação.
O estudo teve início em abril de 2020, quando o tratamento padrão da instituição era feito com azitromicina, hidroxicloroquina e heparina sódica. “No ensaio publicado, todos os pacientes receberam o tratamento acima, pois o objetivo foi avaliar somente o efeito da colchicina. Assim, um grupo recebeu colchicina, outro recebeu placebo. É errôneo dizer que o presente estudo avaliou eficácia da hidroxicloroquina, da azitromicina ou da heparina, pois todos os pacientes receberam as três medicações”, enfatizou.
O trabalho, embora não tenha sido publicado em revista científica com seletiva política editorial, já foi publicado no medRxiv, um servidor gratuito de arquivo e distribuição online para manuscritos completos. São, portanto, relatórios preliminares de trabalho que não foram certificados por revisão por pares, ou seja, não foi submetido à avaliação de outros pesquisadores, como é feito nas publicações científicas. Seus dados, no entanto, são deduzidos de um estudo sério por profissionais empenhados. O estudo completo pode ser conferido no seguinte link: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.08.06.20169573v2.

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