Após a orientação do Ministério Público, a Prefeitura de Jaboticabal optou por fechar novamente o comércio da cidade. O comércio, que havia sido fechado no dia 24 de março em obediência a um decreto do prefeito José Carlos Hori, foi reaberto no dia 22 de abril, sob determinação de outro decreto que detalhou com o funcionamento deveria ser.
O prefeito, depois de várias reuniões com representantes do comércio, optou pela abertura dizendo, pouco antes que “Jaboticabal fechou estabelecimentos há quase um mês para conter o avanço da Covid-19. Com a primeira onda da doença controlada, a Prefeitura libera a reabertura de lojas, mas com regras rígidas de higiene e segurança. O empresário que não cumprir as determinações terá o comércio lacrado”, avisou em sua live diária que é transmitida também pelo O Combate em sua página no Facebook.
Na época desta decisão, o município tinha ficado quase uma semana sem registrar novos casos e os suspeitos se mantinham estáveis. O decreto de 21 de abril informou que era obrigatório o uso de máscaras em funcionários, proprietários e clientes e estabeleceu que só poderia entrar uma pessoa por vez no estabelecimento. “O proprietário terá que organizar a fila do lado de fora da loja, com a distância adequada. Não queremos prejudicar as vendas nem gerar desemprego, mas a vida vem sempre em primeiro lugar. A loja que não cumprir será lacrada”, avisou Hori.
Logo depois, o governador de São Paulo, João Doria, deu uma advertência, durante sua live, aos prefeitos de Sertãozinho e de Jaboticabal, que, segundo Doria, haviam descumprido as determinações do Estado de manter o comércio fechado. O governador foi enfático e sua live, com ameças nada veladas de punir os municípios que descumprissem as normas estabelecidas pelo Governo do Estado, repercutiu na cidade.
Posteriormente, o Ministério Público (MP) se reuniu com o prefeito Hori e o orientou a seguir as determinações do Estado e no dia 4 de maio o comércio de Jaboticabal voltou a fechar suas portas. O Ministério Público entendeu que a Prefeitura devia seguir a recomendação do Governo do Estado. O aumento de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) registrado na última semana de abril foi o outro motivo que levou a Promotoria a orientar a Prefeitura sobre o risco de um colapso no sistema de saúde. Segundo Hori, o aumento nas internações por Covid-19 ocorreu após a Diretoria Regional de Saúde (DRS) regular pacientes de outros municípios para Jaboticabal.
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), César Tomé, comentou que são medidas essenciais. “Acreditamos que são medidas necessárias e mandamos para a nossa Federação e para o nosso prefeito, além de um áudio para o governador de São Paulo, que sei que ele ouviu, sugestões de como proceder. Nossa proposta é de que é possível manter o isolamento, até mais que 50%, alternando a abertura dos estabelecimentos. Quando os bancos e lotéricas abrirem, o comércio fecha. Por que o supermercado tem que trabalhar seis dias por semana? São serviços essenciais, mas se a pessoa se organizar e o mercado trabalhar em dias alternados com os supermercados dá certo”, sugeriu Tomé.
Ele lembrou que durante o período no qual o comércio esteve aberto, tudo que foi estipulado foi obedecido. “Entrava apenas uma pessoa por vez nas lojas e com máscara, ao passo que nos bancos as filas estão enormes. O prefeito de Jaboticabal até tentou, foi empreendedor, mas o Governo do Estado se movimentou através da promotoria e infelizmente fechamos. Não recorremos porque entendemos que briga neste momento não adianta. Queremos ajudar, mas dá para fazer melhor”.