Câncer de colo de útero: o que toda mulher deve saber

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No dia 4 de fevereiro, segunda-feira desta semana, foi comemorado o Dia Mundial do Câncer, ou seja, um dia interio no mundo de conscientização sobre a importância de combater esta doença, por meio, principalmente, da prevenção. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimavam 16.370 novos casos de câncer de colo de útero para os anos de 2018 e 2019, ocupando a terceira posição entre as neoplasias malignas mais frequentes nas mulheres brasileiras. A situação é mais preocupante na região Norte, que ocupa o primeiro lugar neste ranking, e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, que ficam em segundo lugar.
E por que vivenciamos este problema de saúde pública? A resposta é dada pelo oncologista David Pinheiro Cunha, do Hospital da PUC Campinas e do Grupo SOnHe. “Pela falta de programas de prevenção e diagnóstico precoce efetivos. A ausência desses programas não é exclusiva do Brasil. Estatísticas mundiais revelam que 85% dos novos casos da neoplasia ocorre em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Por outro lado, medidas realizadas pelos países desenvolvidos e alguns países em desenvolvimento fizerem com que este câncer saísse do ranking de segunda neoplasia mais incidente no mundo em 1975, para o sétimo lugar em 2012”, revelou o especialista.
Segundo o Dr. David, o principal fator de risco para o câncer de colo de útero é a infecção persistente pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), sendo os principais subtipos o HPV16 e HPV18. Associados à infecção, são considerados fatores de risco a multiplicidade de parceiros, o histórico de doenças sexualmente transmissíveis, a idade precoce da primeira relação sexual e a multiparidade.
“Sabemos que dentre os tipos de câncer a neoplasia de colo de útero apresenta altíssimo potencial de prevenção, atingindo a cura em mais de 80% dos casos quando diagnosticado em fases iniciais”, informou o oncologista.
Para o rastreamento e diagnóstico precoce é recomendado o exame citopatológico, conhecido popularmente como exame de Papanicolau. “Este exame permite a detecção das lesões precursoras da doença em estágios iniciais antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Deve ser feito em toda mulher que tem ou já teve atividade sexual, especialmente entre 25 e 64 anos”, alertou o oncologista.
De acordo com o Dr. David, a prevenção também deve ser realizada com o uso de preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática de sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio do HPV.
Segundo ele, outra forma de prevenção é a vacinação contra o HPV. Essa estratégia foi incorporada ao calendário do Ministério da Saúde em 2014 e é recomendada para meninas entre 9 e 14 anos e para meninos entre 11 e 14 anos. Mulheres e homens fora desta faixa etária também podem tomar a vacina no sistema privado, apesar da eficácia ser reduzida em caso de exposição prévia ao vírus.
“Como vimos, diversas estratégias eficazes para o controle do câncer de colo de útero estão disponíveis e acessíveis. Exemplos de programas de prevenção implementados por países desenvolvidos devem ser seguidos para que se previna a morte de muitas mulheres brasileiras”, concluiu o especialista.

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