Docentes e servidores se mobilizam para receber 13o e levantam situação financeira da Unesp

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Você recebeu seu 13o salário e provavelmente até já o gastou com as compras de Natal ou guardou para pagar os famigerados impostos de janeiro. Imagine ficar sem este salário adicional, previsto por lei? Pois milhares de profissionais ficaram. São servidores ( professores e funcionários) da Unesp, em todas as suas unidades, inclusive Jaboticabal.
A servidora Ana Maria Gravina fez um depoimento que está sendo compartilhado por docentes de todas as unidades da Unesp. “Tem sido veiculado na mídia que os servidores autárquicos ativos e inativos da Unesp, deixaram de receber o 13º salário pelo segundo ano consecutivo. Os servidores não são marajás que têm vultosos salários, sendo poucos os que ganham muito, ou seja, os comissionados, a grande maioria tem salários equivalentes a qualquer outro trabalhador”. Ana Maria continua: “Assim como todo brasileiro, os servidores da Unesp esperam ansiosamente o final de ano, para quitar dívidas acumulados no decorrer do ano, porque há quatro anos não temos reajustes salariais, o que não acontece nem com pensionistas do INSS, que anualmente ou pouco ou muito têm em janeiro seu reajuste. Assim como todo brasileiro, o servidor da Unesp paga impostos, água, luz, tem filhos, ficam doentes, precisam de tratamento dentário, como qualquer outro brasileiro, mas, diferente dos brasileiros, ficam à mercê de um reitor a decisão de pagar ou não pagar o que é nosso direito constitucional”.
Ela lembra que servidor público tem muita responsabilidade. “Para ser um docente da Unesp é necessário ser um profissional altamente qualificado, detentor de vários títulos, alguém que investiu muito em sua trajetória, inclusive no exterior, ou seja, exige-se muito para ser tratado com tamanho desdém. Contribuímos com a Previdência Social mesmo após a aposentadoria. Hoje, quando vemos as declarações do magnífico reitor, justificando que uma das causas da crise financeira da Unesp é a folha de pagamento dos inativos, é revoltante, até porque, foi grande parte dos inativos que lutou pelo aumento da alíquota do ICMS para a Unesp. De lá para cá, as gestões só gastaram, nada fizeram para que a Unesp se mantivesse no patamar que ela realmente merece. O que fez a Unesp chegar onde chegou foram as vaidades de reitores megalomaníacos e politiqueiros, que não pensam nas conseqüências de seus atos. A Unesp é uma grande instituição, criada e consolidada com garra, ideal, amor e não pode acabar com uma privatização. É um patrimônio público, que pertence ao povo paulista, até porque, quem mantém essa instituição é o povo, não o governador nem os reitores, por isso, esses gestores têm que dar conta do que fizeram. Os reitores por aceitar pressão do governo e permitir uma expansão desmedida sem o aporte financeiro devido, devem responder por isso, e o governo, por admitir uma política tão irracional. Pelo resumo do exposto, solicito que a sociedade não nos julgue. Queremos nosso direito líquido e certo e somos idealistas que querem a sobrevivência de uma grande instituição pública”, disse Ana .
O reitor da Unesp, Sandro Roberto Valentini, reuniu-se na última quinta-feira (17) com a nova secretária estadual de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Patrícia Ellen da Silva, e expôs em detalhes a atual situação financeira da Unesp, como apresentado no documento enviado no início do ano para o governador João Doria, o vice-governador Rodrigo Garcia, o secretário da Fazenda e Planejamento Henrique Meirelles e para a própria secretária de Desenvolvimento Econômico. O reitor alega que ao assumir ,em janeiro de 2017, recebeu um orçamento da Universidade sem a previsão de pagamento do 13º salário daquele ano. O déficit orçamentário atual da Unesp é de aproximadamente R$ 247 milhões.
O diretor da FCAV – Unesp Jaboticabal, professor Pedro Aguiar Alves, estava em São Paulo e se comprometeu a dar informações quando voltar.

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