A expressão “novo normal” surgiu e está sendo muito usada nesta pandemia de Covid-19. Famílias dos mais diferentes tipos percebem que hábitos e pensamentos antes raros ou inexistentes, entraram para a normalidade de suas vidas. Fizemos uma “enquete” para saber o que se tornou normal neste momento e as pessoas foram sinceras, algumas engraçadas e outras demonstraram a sua dificuldade de adaptação a este cenário.
A decisão de sair de casa já não é feita da mesma forma. Wilma contou que agora só sai se for estritamente necessário e só vai ao supermercado e à farmácia. Rapidamente e com máscara. Chegando em casa, outra mudança: lavar todas as compras, trocar de roupa e não entrar com os sapatos que usou na rua.
Paula diz que o distanciamento social tem sido ótimo para seu autoconhecimento. Ela está vivendo mais no presente e controlando a ansiedade que sempre teve. “Mesmo porque não sabemos mais o que vai acontecer. A impermanência tão destacada no budismo, pelo jeito, está imperando”, disse ela.
“Parei de ver TV”, disse Jane. Ela estava ficando deprimida com as notícias não só da pandemia e da consequente crise econômica, mas também ficou desanimada com o cenário político do Brasil e os conflitos atrelados a ele.
Engordar sem culpa. “Não sei se é porque estamos trabalhando em casa e a geladeira fica ali, o tempo todo, à disposição ou se é a diminuição de atividade física. Sei que ganhei quatro quilos, mas, pela primeira vez na vida, não estou desesperada. Estou dando graças a Deus de não estar infectada e de poder desfrutar a companhia da minha família em segurança. Depois corro, literalmente, atrás do prejuízo”, contou Janaína.
“Acordar e já pensar em qual vai ser o almoço, o lanche e o jantar. Planejar como será a divisão de tarefas domésticas e conseguir trabalhar com meus filhos praticamente de férias, já que as aulas online não ocupam tanto. Minha rotina mudou completamente. O home office faz a gente trabalhar triplicado”, reclamou Tânia.
Gilberto disse que era muito tranquilo, mas agora começou a ter crises de ansiedade. “Tenho medo de perder o emprego, de pegar esta doença, do SUS entrar em colapso, da economia demorar a recuperar. Minha vida era tranquila e agora normalmente estou ansioso”, contou.
Fábio disse que desde que a pandemia começou ele virou a pessoa mais assídua em todos os veículos de comunicação. “Antes eu só olhava notícias de esporte, agora passo boa parte da noite vendo tudo o que está acontecendo no Brasil e no mundo, na internet e na TV. Sempre com esperança que a vida volte ao normal. Mas quando voltar, acredito que estará sedimentado o hábito de ver notícias diariamente”, apostou Fábio.
“Não uso mais sutiã, não faço chapinha há dois meses e estou adorando trabalhar em casa, sem ter que gastar tempo com deslocamento para o trabalho e ter que buscar correndo minha filha na escola. Por mi, este novo normal poderia durar para sempre”, revelou Fátima, dizendo que está adorando até fazer faxina.