Professora da FCAV/Unesp Jaboticabal e sua equipe usam tecnologias sociais para combater a falta de água

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A pesquisa subsidiando projetos que fazem bem para a comunidade. Este é o propósito de muitos projetos de extensão universitárias e foi justamente o que aconteceu no assentamento do distrito de Córrego Rico, que pertence a Jaboticabal. “As tecnologias sociais são definidas como soluções simples, de baixo custo, fácil multiplicação e impacto social comprovado. A construção de cisternas para o armazenamento de água, prática comum no semiárido nordestino, é um exemplo de tecnologia que tem um grande impacto social em populações que convivem com uma escassez crônica de água”, informou a Profa. Dra. Regina Aparecida Leite de Camargo, do Departamento de Economia, Administração e Educação da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) – Unesp Jaboticabal.
Segundo ela, em Jaboticabal a média pluviométrica fica em torno de 1.400 mm de chuva por ano, mas nos meses de abril a setembro a média mensal cai drasticamente, e o município enfrenta uma deficiência hídrica que afeta diretamente a produção de hortaliças e frutas em pequenas propriedades familiares sem fonte de água para irrigação. No assentamento de Córrego Rico parte do problema da falta de água para irrigação nos meses mais secos do ano está sendo resolvida com a instalação de Jardins Filtrantes.
“Um Jardim Filtrante é um sistema que imita a filtragem natural que ocorre nas chamadas wetlands e serve para tornar a água proveniente de chuveiros, pias e tanque ou máquina de lavar roupas, as chamadas águas cinza, em água apropriada para a irrigação de espécies perenes, principalmente frutíferas, através de um processo denominado fitoremediação”, explicou a docente da FCAV/Unesp.
O projeto de extensão universitária, “Tecnologias para manejo de água e transição agroecológica no assentamento Córrego Rico”, coordenado pela professora Regina, tem como um de seus objetivos a instalação de Jardins Filtrantes no assentamento, como uma alternativa para a destinação adequada do esgoto doméstico não proveniente de vaso sanitário. “Considerando-se que uma família de cinco pessoas gasta entre um e dois mil litros de água por dia, a reutilização dessa água para irrigação representa uma ajuda importante no combate da falta de água”, avaliou.
A professora Regina explica que o primeiro Jardim Filtrante foi implantado em dezembro de 2018, por meio de um workshop que reuniu agricultores e alunos, além da própria professora coordenadora do projeto e dois pesquisadores da Embrapa Instrumentação de São Carlos. “O produtor do lote onde foi instalada a tecnologia utilizou a água do Jardim durante todos os meses secos deste ano, na irrigação de frutíferas. Atualmente está sendo preparado um segundo workshop, para a instalação de outro Jardim Filtrante no assentamento”, concluiu Regina.

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