O aprendizado na infância é constante e há um elemento que tem a força do exemplo e que, no entanto, está sendo negligenciado por muitos pais: o reforço positivo. Ele deriva de uma técnica comportamental para a alteração de comportamentos. “Os reforços são os estímulos que incentivam um determinado comportamento. É fundamental reconhecer e reforçar as iniciativas e dedicação que a criança teve para realizar suas atividades. Mesmo que ela não tenha alcançado o efeito esperado, é importante elogiar e reforçar a ação, dessa forma ela terá satisfação e bem-estar, ajudando no se seu desenvolvimento de comportamento”, explica Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga.
A psicóloga Patrícia Machado Domingues concorda. Segundo ela, o reforço positivo é muito importante na educação das crianças, na formação da sua autoestima e na formação do autoconceito. “O autoconceito vai ser a atitude e a percepção que a pessoa tem de si mesma e esta percepção é desenvolvida em forma de crenças sobre a sua competência e o seu valor. Vai sendo desenvolvido ao longo da vida e começa a ser desenvolvido na infância. Ele pode ser positivo ou negativo. Para que este autoconceito seja desenvolvido de forma favorável é importante que a criança nas suas relações de vínculos (pais, cuidadores, escola) tenha modelos que potencializem esta construção de modelos positivos de si e dos outros”, afirmou Patrícia.
Ela comenta que é importante que a criança tenha um feedback do que ela faz e seja valorizada por suas conquistas. “Isto não significa que a criança não possa ser repreendida quando fizer algo errado. Ela pode receber críticas e ter as consequências de ações erradas, mas vale a pena ressaltar os aspectos positivos”, comentou a psicóloga.
Patrícia fala que é muito interessante corrigir e educar de forma positiva. “Como eu posso falar a mesma coisa, corrigindo a criança, sem atacá-la, humilhá-la ou ofendê-la, mas de uma forma que ela possa aprender de um modo positivo. Reforço positivo não é só premiar. É ser mais amplo, é ser autêntico na relação”, encerrou a psicóloga.
